Participação em Debates, Painéis, Plenárias, Fóruns, Tribunais. Além de apresentação de Marabaixo, lançamento de livro e defesa do SUS marcaram a participação do Amapá no X Fospa.
As atividades do Sindicato dos Servidores Públicos Federais Civis no Estado do Amapá- Sindsep/AP já ultrapassam o campo sindical e por conta da 10ª edição do Fórum Social Panamazônico se tratar de um evento que tem alcance global, a direção colegiada enviou uma delegação para participar da programação, que aconteceu no período de 28 a 31 de julho, em Belém do Pará, com a finalidade de interagir com os povos amazônidas e andinos, além de apresentar as atividades sociais, que a instituição vem desenvolvendo em defesa dos direitos das mulheres, negros, indígenas e trabalhadores do serviço público.
A delegação foi formada por nove diretoras e diretores, além da equipe de imprensa composta por três jornalistas, que acompanharam as ações da diretoria e a participação de ativistas sociais do Amapá no FOSPA. Para poder acompanhar as atividades do Fórum, os diretores se dividiram em grupos que participaram e acompanharam os debates, painéis, tribunais e plenárias.
No primeiro dia pela manhã, acompanharam os debates e denúncias do Tribunal Internacional pelos Direitos da Natureza, no Centro de Eventos Benedito Nunes da UFPA, que abordou a investigação feita nos territórios Carajás e Xingu, localizados nos Estados do Maranhão e Pará, que apontou forte violação de direitos de porte da Mineradora Vale S/A, que tem suas atividades de extração mineral realizadas no estado do Pará, mais que também atinge o Estado do Maranhão por meio da Ferrovia que corta dos dois estados e impacta populações tradicionais, indígenas e agricultores daquela região.
A investigação do Tribunal também chegou ao Território do Xingú, na região oeste do Estado do Pará, uma das regiões mais atingidas por conflitos por territórios e onde existe grande impacto nas terras indígenas por parte da Instalação da Hidrelétrica Belo Monte, que se instalou na região contra a vontade das populações tradicionais.
No intervalo da explanação do Tribunal pelos Direitos da Natureza a diretora, Clara Passos, concedeu entrevistas a um grupo de alunas da UFPA, que colheram informações sobre a atividade sindical realizada pelo Sindsep/AP, em defesa dos servidores públicos do Estado do Amapá. A pesquisa faz parte do trabalho de campo das acadêmicas para o trabalho de conclusão de curso – TCC.
Durante a realização do FOSPA, o secretário, Errolflynn Paixão, participou dos debates da Plenária da Juventude do Campo, promovido pela Federação dos Agricultores Brasileiros - FETAGRI onde a juventude apresentou seu calendário de luta e lançou o jornal (fanzine), fruto do Curso Prático de Mídiativismo realizado pela Secretaria de Formação e Organização Sindical da Contag com o tema: Disputando a Narrativa em Defesa da Amazônia, com vistas as iniciativas para a construção das brigadas digitas, para o combate as Fake News, tão comum por parte do governo de Jair Bolsonaro, no Brasil.
A participação dos Diretores do Sindsep/AP se deu ainda por meio de acompanhamento das atividades autogestionadas, uma das modalidades mais concorridas no evento. Uma das mais relevantes foi realizada pelo instituto Eco Vida do Amapá, que apresentou a roda de conversa sobre Bioeconomia Inovação e Impactos no ecossistema para o empreendedorismo. Esta atividade foi acompanhada pelos diretores Errolflynn Paixão e Elisabeth Rosário.
Outro painel bastante concorrido que teve a presença de diretores do Sindsep/AP, foi apresentado pelos ativistas da Guiana Francesa, uma das últimas Colônias na América do Sul, que tratou das Ameaças Ambientais em seu Território e na Região Orbiel (região Occtania na França), contra o modelo extrativista e mineração ilegal de ouro. A ativista social, Negra Áurea, do Movimento Negro Unificado do Amapá - MNU participou ativamente das atividades do Fospa, onde lançou o livro contando histórias do cotidiano negro infantil no Amapá, bem como, recitou poesias em diversos momentos do evento, como no encerramento, cantando inclusive ladrões de Marabaixo, comuns na cultura amapaense.
No decorrer do Fospa Belém a ativista, Graça Brasão, da Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB, do Amapá participou dos debates na mesa do Tribunal de Ética e Direitos das Mulheres realizado no segundo dia de evento, onde salientou a luta das mulheres negras nos territórios amapaenses denunciando a violação de direitos pela invasão aos territórios quilombolas no Amapá. A participação de Graça no Tribunal é o resultado dos debates realizados no nosso estado, na construção dos eventos e processos do Comitê Amapaense do Fospa, em defesa do direito das Mulheres, contra a violência, discriminação e por mais direitos.
Outra participação importante no X Fospa foi a presença do Conselho Estadual de Saúde do Amapá- CES, que levou pela primeira vez sua delegação e esteve ativamente participando dos debates em defesa da saúde na Panamazônia, principalmente em defesa do Sistema Único de Saúde- SUS e manutenção da atenção básica patrocinada pelo SUS. O conselheiro, Idelfonso Silva, lembrou a luta do sistema, desde a criação do órgão em 1986. “Temos que manter a atenção básica que é um dos serviços garantidos pelo SUS, porque ela mantém a prevenção, senão vamos ter os hospitais sempre lotados. Vamos continuar defendendo o SUS, porque é o nosso plano de saúde garantido pela Constituição Federal de 1988.
Diretores do Sindsep/AP participaram ainda, da Marcha dos Mártires da Panamazônia, que teve início com homenagem no Centro de Eventos Benedito Nunes e culminou com a marcha até as margens do Rio Guamá. A manifestação lembrou 20 mártires que perderam suas vidas em defesa das terras e territórios. O indígena amapaense, Emira Wajãmpi, foi um dos homenageados. O indígena foi encontrado morto no ano passado dentro de seu território, na região Centro-oeste no Estado do Amapá. Na Plenária final das Mulheres a presidente de Sindicato das Domésticas do Amapá, Olendina Nunes, solicitou a inclusão das atividades do Movimentos das Domésticas no Brasil no relatório final da plenária, para poder garantir também direitos para as trabalhadoras do lar, em toda Panamazônia.
Para finalizar a participação da delegação do Sindsep/AP no Fospa Belém, a secretária de mulheres da Central Única dos Trabalhadores CUT/AP e do Sindsep/AP, Ângela Figueiredo, participou da Plenária das Mulheres cantando o Marabaixo, com ladrões compostos especialmente em defesa dos direitos das mulheres e contra todo tipo de discriminação, pela manutenção da vida na Panamazônia.
Serviço
Assessores de imprensa do Sindsep/AP também acompanharam atividades de ativistas sociais do Amapá, presentes no evento, registrando por meio de cobertura fotográfica, vídeos e reportagens. O resultado do trabalho em equipe pode ser acompanhado no portal do Sindsep/AP: www.sindsep-ap.org.br
Escrito por: Valdecir Bittencourt
Revisão: Thaysa Santos
Fotos: Nielton Trindade
Secretaria de Imprensa do Sindsep/AP