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Plenária das Mulheres encerra participação feminina no Fospa 2022

Publicado em 2/8/2022 | 12:11

Evento finaliza na Plenária das Mulheres com denúncias, canto de Marabaixo relatório final e perspectivas para o próximo período.

 Reunidas no dia 31 de julho, no último dia do Fospa 2022, em Belém do Pará, o Movimento de Mulheres encerra sua participação na Plenária Internacional das Mulheres para sistematizar propostas para o próximo período. O encontro aconteceu no auditório do laboratório de Geografia da UFPA, às 9h. 

Participaram da plenária as representantes dos movimentos sociais do Brasil, da Bolívia, do Peru, Equador e Colômbia. Em suas falas as mulheres denunciaram as violações de direitos nas terras indígenas e nos territórios, com foco na violência contra as mulheres camponesas que são atingidas em seus locais de vivência.

No recorte para o Brasil a denúncia veio da indígena, Maria Macuxi, da terra indígena Raposa Terra do Sol, localizada no estado de Roraima na Amazônia brasileira, que aponta violações de direitos como a extração ilegal de madeira, atividade garimpeira ilegal e como reflexo dessa invasão, os casos de prostituição e tráfico de drogas também já são presentes no território. 

Durante a plenária a ativista Concita Marques do Movimento de Mulheres pela Amazônia MAMA, se manifestou chamando as mulheres para a unificação entorno das causas e lutas feministas na região.

“Temos que estar juntas em um movimento único contra esse governo neoliberal, que tem sistematicamente retirado nossos direitos. O único caminho para barrar essa desordem é nossa Unidade!”, afirmou a ativista.

O Sindsep/AP fez sua participação na plenária através da representação da diretora adjunta da secretaria de Mulheres, Ângela Figueiredo, que levou o Marabaixo cantando ladrões com vistas à luta das mulheres e levantou o público presente.

A evento encerrou com a apresentação das denúncias, propostas e encaminhamentos das atividades para os próximos dois anos, intervalo até o FOSPA 2024. Dentre os encaminhamentos está a luta contra o governo neoliberal de Jair Bolsonaro do Brasil e governos liberais da Pan Amazônia e seus processos de espoliação e devastação da Amazônia, que avança de mãos dadas com o patriarcado machista e neocolonial, aprofundando a exploração extrativista e violando os corpos das mulheres seu primeiro território.

SOBRE O RELATÓRIO

O relatório aponta ainda que as mulheres negras e indígenas são as primeiras impactadas pelas violações sejam elas de violência sexual, feminicídio, ataques as diversidades, as dissidências sexuais de gênero e por isso, as lutas e resistência das mulheres se acentuam contra a milicialização e militarização dos territórios.

Por outro lado, as mulheres lésbicas, transsexuais, indígenas, andinas, das águas e das florestas, negras e populares são força e resistência em defesa da vida, da biodiversidade, das águas, das sementes, saberes e mentes; reflorestando vidas, sonhos e mentes, para garantir a vida na Pan Amazônia. 

Os debates apontaram também que as empresas e forças econômicas que expropriam os territórios impõe a violação dos corpos e comprometem o bem viver das famílias, sendo as mulheres as mais atingidas. Estados e governos têm grandes responsabilidade pela ação permitindo a chegada e exploração e chegada de empresas transnacionais e por omissão diante da impunidade da violência que atingem as mulheres por meio do extrativismo.

E por último, a Conferência e o Movimento de Mulheres como força política organizada, convocantes da Resistência da Casa das Mulheres e do Tribunal Ético, Político e de Justiça dos Direitos das Mulheres, Pan Amazônicas e Andinas reafirmaram o compromisso com a construção de lutas que, mais além da resistência, inventam e recriam a democracia que querem, preservando o modo de vida alimentando as esperanças em horizontes de futuro, reconectado com a ancestralidade e espiritualidade. Aponta a necessidade de repensar as formas de resistências e lutas pela vida, frente ao enfrentamento ao grande capital, reinventando a construção de perspectivas sistêmicas; a superação da atualidade que as oprimem, bem como, a vivência livre de todas as dimensões de suas existências, seus corpos, espíritos, sexualidade, diversidade e sobretudo o fim do patriarcado capitalista, colonial e racista.

Escrito por: Valdecir Bittencourt 

Fotos: Nielton Trindade

Revisão: Thaysa Santos

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